Muita coisa mudou ou vem mudando nas últimas décadas, principalmente se olharmos o aspecto da recuperação dos jogadores de futebol. Não apenas isso. Tipo de treinamento, intensidade dos jogos, calendário com muitos jogos na temporada e participação em vários campeonatos paralelos podem estar promovendo uma maior predisposição às lesões de atletas. O fato traz grandes prejuízos a eles, aos clubes, aos patrocinadores e também ao torcedor, que é o maior consumidor desse esporte, o mais popular do mundo.
O que dizer da saída precoce do craque português Cristiano Ronaldo na final da última Eurocopa contra a França? Para os apaixonados por futebol, no mínimo frustrante. Outro exemplo foi quando “perdemos” nossa maior referência, o atacante Neymar, substituído após um grande trauma na região lombar durante a Copa do Mundo em nosso país.
Esses são apenas alguns exemplos onde a fisioterapia esportiva atua, sobretudo no tratamento de lesões de forma específica, baseada em pesquisas para o controle da reparação de tecidos biológicos, otimizando todo o processo fisiológico.
Antigamente, mais especificamente até o final da década de 80, o tratamento dos jogadores se baseava basicamente na medicina e nos recursos empíricos utilizados por massagistas. Lesões consideradas graves ou mais complexas muitas vezes levavam ao encerramento precoce da carreira do atleta.
A partir da década de 80, a fisioterapia entrou no futebol. Apenas poucos clubes tinham em seu “STAFF”, o profissional fisioterapeuta para promover a recuperação dos jogadores quando apresentavam lesões.
Com a evolução da medicina esportiva, procedimentos cirúrgicos menos invasivos e a chegada do profissional fisioterapeuta, tornou-se indispensável esse acompanhamento profissional no futebol de alto rendimento.
Hoje o fisioterapeuta não fica apenas responsável pela recuperação de lesões, mas também atua, principalmente, no trabalho profilático ou preventivo, identificando alguns fatores que podem predispor o atleta a algum tipo de lesão. No primeiro atendimento em campo nos jogos, por exemplo, faz-se necessária a presença de um fisioterapeuta esportivo identificando o mecanismo da lesão facilitando assim o tratamento e evolução dos atletas.
Na questão pós-jogo, hoje o fisioterapeuta é muito importante no processo de recuperação dos atletas, os deixando aptos fisicamente para os próximos treinos e jogos, mesmo com curto período entre os mesmos. Os grandes treinadores não dispensam o fisioterapeuta de confiança compondo a comissão técnica. Além disso, nossos craques negociados com os grandes clubes pelo mundo, já apresentam seus fisioterapeutas particulares para ajudar e compor a equipe multidisciplinar e manter a performance atlética. Podemos citar os casos do Kaka, Neymar, CR7, Gabigol entre outros que fazem esse acompanhamento.
A fisioterapia esportiva do Brasil é considerada uma das melhores do mundo. Há muitos profissionais espalhados pelos clubes ao redor dos continentes, futebol asiático, oriente médio, Europa e Estados Unidos através da MLS (Major League Soccer).
Esse primeiro texto foi apenas o começo da apresentação e discussão de temas que traremos por aqui. Espero que tenham gostado de conhecer um pouquinho da trajetória da fisioterapia no futebol. O Brasil é referência nessa arte, temos que prestigiar.
Nas próximas colunas teremos dicas sobre prevenção de lesões no futebol, explicação de algumas lesões comuns no futebol de forma clara e objetiva. Assim você, leitor, vai poder entender e saber um pouco mais do processo de acompanhamento e tratamento dos nossos craques.
Uma ótima semana a todos.