por Jordana Reis da Silva, Crefito-3: 70226-F
Acredito que essa pergunta passa na cabeça de muita gente quando vê aquelas propagandas super elaboradas de palmilhas indicando o uso para tratar dores lombares, dores nos pés, joelhos e quadris. Mas e aí, precisa ou não precisa? A resposta é: DEPENDE!
Você já deve ter lido (ou ouviu do seu/sua fisioterapeuta), que as dores têm origem biopsicossocial, ou seja, componentes biológicos, psicológicos e comportamentais! Esses fatores podem se expressar em cada indivíduo de maneira diferente. Então, quando avaliamos um paciente temos que ter todas as questões na nossa mente. Mas o que isso tem a ver com a prescrição das palmilhas? TUDO!
Primeiro, vamos entender a importância dos nossos pés:
- atuam como amortecedores;
- auxiliam na manutenção do equilíbrio;
- proporcionam impulsão, elasticidade e flexibilidade necessárias para caminhar, saltar e correr.
Tudo funciona de uma maneira sinérgica, graças a um sistema de estabilização, composto por um subsistema neural (receptores neurais), um subsistema passivo (ossos, ligamentos e fáscia plantar) e um subsistema ativo (músculos intrínsecos e extrínsecos).
Podemos pensar que os pés funcionam como um sistema tampão (local onde se compensa um desequilíbrio), como resultante de uma via de entrada e de saída de informações.
Quais os cuidados na hora de confeccionar uma palmilha?
Quando entendemos a importância e a complexidade que envolve o pé, prescrever uma palmilha deixa de ser uma tarefa simples! Temos que entender a demanda que esse paciente está exposto e as condições que ele se encontra.
Será que ele não possui algum outro desequilíbrio muscular que pode ser trabalhado com exercícios específicos? Será que o tipo de calçado que ele está usando não está gerando informações ruins que podem levá-lo a adotar compensações ao caminhar e correr? Esses são alguns exemplos de que simplesmente utilizar uma palmilha não resolverá o seu problema!
Por outro lado, há recomendações para o uso da palmilha no alívio de dores e até como prevenção. Um trabalho realizado pela Uiara et al, 2019 – mostrou que o uso de palmilhas com suporte no antepé e retropé se mostrou efetivo em corredores que apresentavam hiperpronação. Pacientes que possuem fasceíte plantar também se beneficiam do uso das palmilhas para melhora da dor e função (Oliveira at al, 2015).
Assim como outros recursos, a palmilha é uma ótima ferramenta quando bem aplicada! Esperamos que esse texto tenha ajudado a esclarecer algumas dúvidas sobre o uso das palmilhas! Fique à vontade para fazer perguntas! E se alguém já comentou com você sobre o uso de palmilhas, qual tal agendar uma avaliação?
Gait & Posture 74 (2019) 242–249
The Journal of Rheumatology 2015; 42:5; doi:10.3899/jrheum.140429
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